15 de abril de 2011

Depois do Caw-Blade

Penso que um Top Deck sempre é visto pelos jogadores como um desafio: melhor do que está, sempre dá para ficar! O resultado do apenas GP Dallas confirma a força do Caw-Blade no metagame. Só no Top8 tivemos quatro deles, sem falar da primeiríssima posição de David Shiels. Mas será que esta configuração é a que melhor explora essa estratégia de jogo, ou ainda é possível realizar alterações que a aprimorem ?  E como melhorar a interação entre Stoneforge, equips, counters e removals? Ao menos duas propostas tentaram fazer essa façanha e esse post tem o objetivo de mostrar seus resultados.






Sparkblade é o Caw-Blade com splash para o red. Qual a proposta disto? Qual a vantagem que se pretende obter? Basicamente, incrementar a lista com a combinação Cunning Sparkmage e Basilisk Collar, já utilizada por muitos Boros. Com isto, muitas ameaças da mesa oponente podem ser facilmente removidas: Celestial Colonnade, Grave Titan, Primeval Titan, qualquer criatura com uma SoFF nas mãos, além de - mesmo sem o colar - livrar-se também de Lotus Cobra, Birds of Paradise e Hawks. Funciona muito bem contra Boros, Fauna Quest, Kuldotha e Red Wins. Mas nem todos os top decks valem-se basicamente de criaturas. Estou falando dos controls  que dificilmente irão se importar com o seu sparkmage por um simples motivo: quando ele precisar de uma criatura em campo, simplesmente removerá primeiro o seu mage - seu corpo frágil facilita o trabalho de Go for the Throat, Doom Blade, Disfigure, Contagion Clasp, Arc Trail e até de um Mortarpod. É preciso escolher entre deixar essa combinação no maindeck ou no sideboard, e isso depende do ambiente em que você costuma jogar. A príncipio, deixe-os no sideboard, mas se perceber que seu oponente faz muita criatura, e seus counters não dão conta, coloque-os para dentro no G2. 


Claro que não foi apenas isso que motivou o splash, os burns também entraram na lista. Lightning BoltArc Trail, Burst lightning, Pyroclasm, Slagstorm, etc. Frequentemente utilizados para remover criaturas ou planinautas, e raramente para finalizar um oponente. Ou seja, você tem mais remoções de criaturas... Estes burns foram colocados no slot de counters, se um Caw-Blade normal possui de 8~9 counters, o Sparkblade possui 3~4. E isso pode representar uma grande perda de efetividade. O Stoneforge já terá tutorados os equips, o Primeval Titan os Valakut's, Jace já terá realizado um brainstorm, etc, e você só poderá oferecer respostas num segundo momento, quando o ideal seria ter resolvido o problema enquanto ele estava na pilha e ,consequentemente, ainda não tinha contribuido para o jogo adversário. Chegou a hora de apresentar a principal deficiência do deck: sua geração de mana. Não temos nenhum UR nem WR dual, o que dificulta muito a integração da cor no deck. Apenas com montanhas, ilhas, planícies e duals UW não é possível criar uma boa mana base para o Sparkblade, mas felizmente as fetch lands existem para amenizar o problema. Amenizar apenas. Quando você quebrar sua Scalding Tarn ou sua Arid Mesa deverá escolher muito bem qual basic land pegar, afinal é uma ação definitiva. Pode acontecer de você precisar lançar um Bolt e no seu próximo turno precisar fazer Jace, mas você só pode escolher entre ilha ou montanha, atrasando seu jogo e impedindo-o de usar todo o seu repertório. Infelizmente, não temos nenhuma solução para este problema, a não ser, utilizar uma boa quantidade draws que podem resolver esse problema no mid/late game. Muito bem, agora basta levar em consideração os pontos analisados para consolidar uma boa lista. Tenho uma disponível no Magic Vault, e acredito ser um excelente começo para quem ainda não experimentou o Sparkblade.


No Darkblade, como o próprio nome sugere, o splash foi para o black. E, de novo, faço a pergunta: por que isto? Por que para o black? À primeira vista são três os motivos: Duress, Inquisition of Kozilek e Memoricide - ainda podemos incluir, mal ou bem, Sadistic Sacrament. Começar o jogo com Duress e/ou Inquisition é, também, começar a impor seu controle sobre o oponente. Além de enfraquece-lo através do discarte, a visualização do repertório adversário lhe concederá uma grande vantagem; por exemplo, lhe informando quais são os próximos alvos de seus counters. Duress pode ter como alvo um card que não seja criatura ou terreno, entendo por isso Jace, Gideon, Mana Leak, Spell Pierce (entre muitos outros). Já, o Inquisition, os cards com custo de mana convertido igual ao menor a três, ou seja, é possível que o early game do oponente seja descartado. Na prática Stoneforge, Lotus Cobra, Mana Leak, SoFF, etc. Escolher qual destes ficará no sideboard no maindeck é uma questão de campo. Duress funciona melhor contra UB Control, e Inquisition contra Boros. Agora, quando o deck oponente possui uma peça chave - Gideon no Cawblade, Grave Titan no UB Control, Valakut no (...) Valakut, etc -, basta pegar o seu Memoricide no sideboard e exilar todas as cópias delas. Essa interação entre draw, counter e discard é utilizada pelo UB Control, deck vencedor do Worlds 2010, e mostrou ser altamente eficaz. Mas faz um tempo que a posição de Top Control Deck vem sendo ocupada pelo Cawblade.


Claro que Black Sun's Zenith, Go for the Throat, Doom BladeDisfigure e toda essa leva de black removals deve ser levada em consideração na construção da lista, seja maindeck ou sideboard. Com esse splash Celestial Colonnade perdeu seu lugar para Creeping Tar Pit. Este man land é muito mais eficaz quando articulado à SoFF. Por um custo total de cinco manas você terá uma criatura 5/4, que não pode ser bloqueada e que, muito provavelmente, desencadeará os efeitos da espada. Essa combinação foi sem dúvida um grande boost para a lista. Mas antes de fechar uma lista Darkblade, é preciso olhar para um dos cards que mais chamaram a atenção em Mirrodin Besieged: Phyreixan Crusader. Será que uma criatura com infect pode produzir algum bom resultado num deck que não usa infect? Eu acho que vale a pena fazer este teste. O cavaleiro phyrexiano possui proteção contra cores que possuem poderosas remoções. De uma lado Journey to Nowhere, Oust e Condemn, do outro uma grande quantidade de burns, e no centro, passando ileso por tudo isso o crusader - que não tem esse nome à toa. '' Tá, tudo bem, mas as remoções pretas?''. Não se esqueça, SoFF está ai para isto, para te dar uma criatura com proteção contra quatro cores! Em um ambiente competitivo, o que azul poderia acertar o seu crusader? Into the Roil e -1 de Big Jace, nem criaturas azuis para bloqueá-lo temos no ambiente. Mas nem tudo são flores, ele não causa dano ao oponente, ou seja, não agride o oponente do mesmo modo que o restante do seu deck. Será que é possível colocar os dez poison counters no oponente apenas utilizando-o? Na minha opinião, não! Mas quem disse que você precisa matar o oponente com o crusader? Ajuda-lo a desencadear a SoFF já é um contribuição grande o suficiente para que Phyreixan Crusader fique no sideboard. Se  o oponente utiliza red ou white, manda o crusader para dentro.


Conclusão


Como os grandes eventos mostram, a lista vencedora do Pro Tour Paris e do Grand Prix Dallas ainda é o melhor modo de se fazer um Cawblade. Quanto mais simples melhor. Quanto menos conflitos de mana melhor. Quanto menos seu deck ficar dividido entre idéias diferentes melhor. E por isso o UW é o mais consistente que os seus sucessores. Estou curioso para ver por quanto tempo o Cawblade irá manter-se no topo. Será fortalecido com a chegada de New Phyrexia, ou o novo set vai trazer condições para que uma outra idéia chegue ao topo? Minha opinião: Pode até ser que ele perca sua posição, mas isso não será nada fácil com Sword of War and Peace surgindo no cenário. Protection from white and red e duas habilidades que  serão muito bem vindas, mesmo não sendo monstruosas. Mas uma coisa eu tenho - quase - certeza: o Boros já era!




Vou ficando por aqui, nos vemos no próximo post. Deixe seu comentário, dica, critica e sugestão, serão muito bem vindos. E comecem a juntar dinheiro para comprar a nova sword!

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